EDITORIAL: Consciência Negra!

Neste mês de novembro comemoramos o dia da consciência negra que é mais um dia de reflexão sobre as desigualdades que o negro sofre desde sempre. Brincadeiras de caráter racista que foram perpetuados em nossa sociedade, visão distorcida de que o negro “não pode” e claro a eterna luta por espaço em todos os setores marcam, mais uma vez, este 20 de novembro.
O racismo tem carácter estrutural e sistêmico e é inquestionável a sua fragilidade e carência de políticas públicas para combater essa cultura que, infelizmente, foi enraizada em nossa sociedade. Os negros são 75,2% do grupo formado pelos 10% mais pobres do país e também são o público com o maior índice de pessoas mais penalizadas com a pandemia.
Se desejamos uma sociedade justa e igualitária precisamos compreender, e aceitar, o papel de cada um nesse organismo chamado sociedade. Em Taboão, como coordenador da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial procuro trabalhar com todas as secretarias e criar uma coresponsabilidade, sempre respeitando o Estatuto da Promoção da Igualdade Racial para engajar todos nesse organismo.
As diferenças entre negros e brancos é nítida no cotidiano de nossas vidas. Além de termo um aspecto econômico, onde pessoas negras são as que possuem menor rendimento, a vulnerabilidade social em relação a educação, saúde, habitação, mostra o desequilíbrio na garantia de direitos em prejuízo a população negra.
Com o falecimento precoce da cantora Marilia Mendonça levantou- se uma questão: a de que negro sempre está para servir, jamais ser servido, sempre empregado, nunca patrão. O padrasto da cantora é negro e estava ao lado da mãe da cantora que estava ao lado do caixão, a internet anunciou que a mãe da cantora estava sendo consolado pelo segurança da cantora. Por ser negro e estar de roupa preta ele só poderia se segurança? Não, ele era um familiar enlutado ao lado de sua esposa que acabara de perder sua filha.
Lamentavelmente são nestes momentos que vemos como o racismo está enraizado em nossa sociedade, em nossa cultura e é sobre essa cultura de violência que essa mulher que foi embora tão jovem lutava.

Por mais Marilia’s e menos preconceito.
O negro é lindo!

Atenciosamente,
Antônio Carlos Sousa Santos
Coordenador Geral de Promoção da Igualdade Racial de Taboão da Serra

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