Campanha em defesa dos professores Alex Viana e Viviane Pereira

Professores Estaduais de Taboão da Serra e Itapecerica da Serra continuam respondendo processos administrativos movidos pela direção de suas escolas junto ás Diretorias de Ensino das cidades.

A professora Viviane Pereira, de Taboão da Serra, está recebendo manifestações de apoio de diversos segmentos da cidade. A gestora Rubiane França, do Núcleo local do MNU – Movimento Negro Unificado, protocolou ofício junto a Delegacia de Ensino de Taboão da Serra, solicitando informações sobre o processo administrativo. “Há mais de 15 dias pedimos as informações para que a nossa entidade possa se manifestar a respeito. Nós temos todas as declarações da profª Viviane, mas não temos nada sobre o conteúdo desse processo administrativo”, declarou ela.

Também, Antonio Carlos Sousa Santos, gestor da CEPIR – Coordenadoria Especial da Promoção da Igualdade Racial de Taboão da Serra, encaminhou aos órgãos estaduais referente as questões raciais, para que, também, se pronunciem sobre o fato.

Em Itapecerica da Serra, o professor Alex Viana, também tem recebido manifestações de apoio da sociedade civil organizada. Entre esses apoiamentos destaque para as ONG’s Preservar Itapecerica, Coletivo Marieli Franco, entre outras. As sedes das Apeoesp de Itapecerica e Taboão da Serra estão mobilizadas em defesa dos professores.

Para entender melhor os casos, vale a pena relembrar os acontecimentos:

Taboão da Serra

Em Taboão da Serra, a Diretoria de Ensino, a pedido da direção da escola Estadual Nigro Gava, abriu processo administrativo contra a professora Viviane Pereira. Ativista do movimento negro, de defesa dos direitos das mulheres e LGBTQI’s, Viviane sofre perseguição por conta dos projetos de conscientização contra o racismo em sala de aula, como o projeto “Existir e Resistir”, desenvolvido durante o mês da Consciência Negra.

Em 2019, o projeto da professora Viviane foi censurado. A frase do rapper Djonga “Fogo nos racistas”, colocada pelos próprios alunos, foi arrancada do mural da escola. Agora, a professora sofre processo por ser “exagerada” na luta contra o racismo. Viviane já realizou várias denúncias na Ouvidoria da Diretoria de Ensino sobre práticas preconceituosas sofridas por estudantes na escola Nigro Gava, mas, além de nada fazer em relação a isso, a Diretoria persegue a professora em sua luta contra o racismo.

Itapecerica da Serra

Em Itapecerica da Serra, o professor de História e Sociologia, Alex Viana, sofre processo administrativo por participar de uma mobilização de trabalhadores da educação, alunos e familiares contra o Projeto Escola Integral (PEI), do governo do estado.

Esse projeto, para muitos ativistas, teria sido imposto de forma autoritária, onde estudantes devem ficar 8 horas dentro da escola, sem terem, supostamente, que sejam garantidos investimentos para a melhoria do ensino. Extinguiria, além disso, os turnos noturnos, penalizando os alunos que trabalham, além de impor um regime de trabalho mais pesado aos professores, que são obrigados a abrir mão de vários direitos como a estabilidade, e provocar o aumento do assédio moral.

Na escola do professor Alex Viana, Sophia Maria, a PEI teria sido implantada ameaçando os alunos com a polícia e trancando-os com grades no corredor da escola, além de vários outras situações absurdas.

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