ESPECIAL 111 ANOS DA IMIGRAÇÃO JAPONESA NA NOSSA REGIÃO

Um povo de tradição e cultura milenares. Uma gente que trouxe para o Brasil um modo diferente de pensar, viver e trabalhar.

Em Taboão da Serra, Mituzi Takeuti, foi o maior representante da política na cidade. Sua história política teve início em Itapecerica da Serra, época em que Taboão era apenas um Distrito itapecericano. Atualmente a colônia japonesa é representada pelo vereador Ronaldo Onishi, em seu terceiro mandato consecutivo (2009/2012, 2013/2016 e 2017/2020).

No Embu das Artes, o nome que sobressai é o de Sadao Nagata, vereador na quinta legislatura 1977/1982, presidente da Câmara e vice do prefeito Gerlado Puccini (veja mais sobre ele na pág. 7 em Riquezas da gente). Além de Sadao, a colônia japonesa contemplou a Câmara Municipal de Embu das Artes elegendo os seguintes vereadores Mikio Umeda e Hideo Kikuchi entre os anos 1969/1972 e Morio Nakashima 1977/1982.

Em Itapecerica da Serra, Sérgio Doi foi também, vereador e presidente da Câmara de 1983/1988.

Na Câmara de São Lourenço da Serra, a colônia japonesa foi representada em três mandatos consecutivos, de 2005/08 com Kuryo Iha, de 2009/12 com Washington Dobashi e 2013/16 com Daniel Fukuda, o vereador eleito com o maior número de votos até hoje. Já no poder Executivo o empresário João Koga, entre 2005/08, foi vice prefeito de José Merli

Em Juquitiba, os vereadores Isotomu Kakuma 1965/1969, Runoshe Yamanoi 1973/1977.

Porém, não foi só na Política que a colônia japonesa contribui para o desenvolvimento e crescimento regional. No esporte, o Judô é referência nacional com Embu Guaçu e Itapecerica da Serra.

No Cooperativismo, a influência se fez e faz presente em toda a nossa região. Culturalmente são belas e interessantes as comemorações dos “UNDO KAI”.

Enfim, o espaço deste editorial é muito pequeno para falar das grandes contribuições do povo do sol nascente á nossa economia, esporte, cultura e empreendedorismo.

 

Colônia Japonesa em Taboão da Serra

 

O Dia da Imigração Japonesa ou Dia Nacional da Imigração Japonesa é comemorado em 18 de junho. Oficialmente, o Dia Nacional da Imigração Japonesa foi instituído no Brasil através da Lei nº 11.142, de 25 de julho de 2005. A imigração japonesa começou no início do século XX, como um acordo entre o governo japonês e o brasileiro, uma vez que o Japão vivia uma série crise econômica. Por outro lado, o Brasil necessitava de mão de obra para a lavoura do café. A colônia japonesa do Brasil está dividida em: isseis, nisseis, sanseis e yoseis.

Origem do Dia da Imigração Japonesa

O Dia da Imigração Japonesa é comemorada no dia 18 de junho porque foi a data na qual o primeiro navio aportou ao Brasil com imigrantes japoneses, no porto de Santos, em São Paulo, em 1908. O navio Kasato Maru trouxe 165 famílias que vieram para trabalhar nos cafezais, outros na exploração de borracha na Amazônia ou nas plantações de pimenta no Pará, que eles próprios trouxeram. A chegada de navios ocorreria de forma irregular por conta das duas guerras mundiais e a última embarcação a trazer imigrantes japoneses, o navio Nippon Maru, aconteceu em 1973, A maior parte dos japoneses eram camponeses pobres, oriundos das províncias do Sul e do Norte do Japão e foi no estado de São Paulo que permaneceu a maior parte dos colonos japoneses que vieram para o Brasil. Calcula-se que 2 milhões de japoneses e seus descendentes vivam no país e destes 1,3 milhões estejam no estado de São Paulo. Assim é o estado que mais tem descendentes e com a influência nipônica mais acentuada. Vários japoneses também se estabeleceram em cidades como Atibai, Suzano e Lins; e na capital, o bairro da Liberdade tornou-se o “bairro japonês” devido a grande concentração de moradores dessa nacionalidade. Diferente do que ocorreu com outras comunidades japonesas espalhadas pelo mundo, aqui muitos nipônicos casaram-se com os nativos e adotaram a religião local.

 

Japoneses em Taboão da Serra

 

Um dos fatores mais importantes para a expansão do desenvolvimento do Vale do Pirajuçara, de Embu das Artes, passando por Taboão da Serra, Ferreira, Vila Sônia, Butantã até o desemboque do córrego que deu nome à região, no Rio Pinheiros, foi a Colônia Japonesa. Os japoneses chegaram ao Brasil a partir de 1908, com o desembarque de 165 famílias no Porto de Santos, do navio Kasato Maru. No Vale do Pirajuçara em Taboão chegaram para cultivar legumes e verduras, após rejeitarem o trabalho quase escravo nas lavouras de café do interior paulista, as famílias Hosoki, Taizo Kakimura, e alguns jovens solteiros, Kizaemon Takeuti, Kohei Hidaka, Kunishi Yamahata, Naokiti Yamahata, Tokunossuke Kawabata, todos vindos em 1924, um dos núcleos imigratórios mais antigos do Brasil. No ano seguinte (1925) juntaram-se a eles Kiyomasa Okada, Suejiro Takeuti e Kiku Takeuti (esposa de Kizaemon); estes são considerados os pioneiros da imigração na região. Kizaemon Takeuti, produtor de batatas no atual Jardim Roberto, e um dos ‘pais’ de batismo do chamado “Cinturão Verde” de São Paulo, tem o nome imortalizado na principal via pública do vale do Pirajuçara, estrada que ele ajudou a construir com as próprias mãos. Mas nos anos 1930 a estrada já teve outro nome: Estrada dos Oliveiras; em 1970 mudou para Estrada do Pirajuçara, e finalmente, Estrada Kizaemon Takeuti, por força do Decreto nº 036/70, do então prefeito Ary Dáu. Um dos fi lhos mais ilustres de Kizaemon e de Taboão da Serra, foi sem dúvida Mituzi Takeuti. Agricultor, Oleiro (produtor de tijolos), e depois, Vereador ainda pelo Município de Itapecerica da Serra, antes da Emancipação de Taboão, Vice-Prefeito de 1969

a 1972. Ele faleceu em 03 de janeiro de 2010, sendo merecedor de muitas homenagens. Nascido em 1927, tinha 82 anos quando nos deixou para entrar para a História de Taboão da Serra. Com a queda da agricultura nos anos 1970 a 1980, as propriedades dos japoneses foram sendo desativadas e vendidas para loteamentos que hoje dominam a paisagem do Vale do Pirajuçara. Atualmente a comunidade japonesa possuí como representante na Câmara Municipal de Taboão da Serra o vereador Ronaldo Onishi, em seu terceiro mandato consecutivo. Esta é uma pequena homenagem da Folha do Pirajuçara aos Imigrantes e descendentes do povo do Sol Nascente que com a força e a dedicação do seu trabalho, ajudaram, e ajudam, a construir coisas belas. (Taboão Sua História, sua gente, Waldemar Gonçalves).

 

Mituzi Takeuti

 

 Vereador por três mandatos e vice do Prefeito Ary Daú de Taboão da Serra, Mituzi Takeuti. Filho mais novo e ilustre do Sr. Kizaemon e Sra. Kiku Takeuti, nasceu no município de Itapecerica da Serra, no dia 05 de Janeiro de 1927. Foi vereador em Itapecerica antes da emancipação de Taboão da Serra, em Fevereiro de 1959.

Foi vereador na 1ª Legislatura da Câmara de Taboão da Serra entre 1960/1963, na época o prefeito da cidade era Nichola Vivilechio. Entre 1969 a 1973 exerceu o mandato de vice do prefeito Ary Daú. Voltou a ser vereador na 4ª Legislatura entre 1972/1975 na época o prefeito era Osvaldo Cesário de Oliveira. Mituzi foi reeleito para o seu 3º mandato como vereador atuando na 5ª Legislatura Municipal de 1976/1981, época em que Armando Andrade era prefeito de Taboão da Serra.

Para o saudoso prefeito de Taboão, Armando Andrade, Takeuti foi uma das figuras mais importantes do município. “Ele foi importantíssimo. Ele chegou à cidade quando Taboão da Serra ainda era um bairro. No meu tempo ele ajudou a fazer o monumento da Imigração Japonesa (na Praça Nicola Viviléchio)”, disse Armando Andrade em 03/01/2010.

Mituzi foi casado, com Júlia Takeuti, com quem teve 4 filhos, sendo 3 mulheres.

Mituzi Takeuti morreu no dia 03 de Janeiro de 2010, aos 82 anos. Takeuti tinha pressão alta e era diabético.

Um dos filhos mais ilustres de Kizaemon e de Taboão da Serra, foi sem dúvida Mituzi Takeuti. Agricultor, Oleiro (produtor de tijolos), e depois, Vereador ainda pelo Município de Itapecerica da Serra, antes da Emancipação de Taboão, Vice-Prefeito de 1969 a 1972. Ele faleceu em 03 de janeiro de 2010, sendo merecedor de muitas homenagens. Nascido em 1927, tinha 82 anos quando nos deixou para entrar para a História de Taboão da Serra.

 

Sadao Nagata

Sadao Nagata, neto de japoneses (sansei), é agricultor e comerciante e foi político do município de Embu das Artes, nos anos 1970 a 1990. Sadao Nagata, 78, neto de japoneses que nasceu no interior de SP e vive em Embu desde 1957 Nascido em 1941 em Promissão (SP), Sadao, é neto de Tsutae (1888-1933) e Heitaro Nagata (1879-1948), que decidiu partir da Província de Kumamoto (sul do Japão) para o Brasil em busca de melhores condições de vida – o país asiático enfrentava superpopulação e fome. Literalmente, não só na linguagem popular, Heitaro, que tinha lutado na guerra entre Japão e Rússia (que disputavam territórios da China e Manchúria), em 1904 e 1905, foi um “guerreiro”. De navio, Heitaro partiu do país do Sol Nascente em 27 de junho e chegou ao Brasil em 28 de agosto de 1913. “Eu devo o título, primeiro, a meu avô. Se não fosse ele, eu não estava aqui. O pessoal fala que o Japão é longe, mas [saindo de São Paulo, de avião] entre 24 e 30 horas chega lá. Meu avô levou 64 dias”, diz Sadao, contido ao expressar sentimento, como a maioria dos japoneses e descendentes, mas com grande gratidão ao avó, a quem chama de “herói de guerra”. Sadao tem orgulho do avô que não é pouca. “Ele é da primeira e única imigração que veio para Minas Gerais. Trabalhou na lavra de ouro”, conta. Há registros de presença de japoneses em Minas desde a década de 1910. Em 1913, 107 imigrantes foram trabalhar na mina de Morro Velho, em Nova Lima, hoje município da região metropolitana de Belo Horizonte. “Ele ganhou um trocadinho e foi plantar café. Depois, veio para o interior de São Paulo”, relata Sadao. Heitaro se fixou no município de Lins (430 km de São Paulo), onde comprou uma pequena propriedade, a fazenda Itacolomi, que originou Promissão, cidade natal do hoje cidadão embuense.

Sadao ainda era adolescente – 16 anos – quando chegou a Embu, em 1957, com os pais – Toshiko (1919-1988) e Satoru Nagata (1918-2009 – 91 anos). Aliás, Embu ainda nem existia. “Eu cheguei quando ainda era município de Itapecerica”, conta ele. Continuador da tradição dos avós e pais e como os mais genuínos japoneses, Sadao se dedicou à agricultura na “nova terra”, em várias frentes. Ele foi diretor do Sindicato Rural de São Paulo e do Sincaesp (Sindicato dos Permissionários do Entreposto de São Paulo – Ceagesp). Com ideal de coletividade aflorado, entrou também para a política. Foi presidente da Câmara em 1979 e 1980 e vice-prefeito de Embu de 1993 a 96, na administração do prefeito Geraldo Puccini (PMDB). Fora da política desde a experiência no Executivo, Sadao se dedica integralmente à agricultura. Até usa a atividade para brincar sobre já ter vivido muito – alheio aos interlocutores que apontam que terá vida longa, diante de tamanha lucidez, memória prodigiosa e subir escadas com passo firme e ligeiro. “Estou no caminho da roça… Até hoje trabalho na roça, ali no fundo do Jardim Magali. Mexo com hidroponia”, diz, sobre a técnica de cultivar plantas sem uso do solo. Sadao tem cinco filhos (duas mulheres e três homens).

 

Mestre Sakai do Embú

 

Tadakio Sakai chegou a Embu em 1952, vindo de Tushima, Nagasaki – Japão, foi agricultor e começou a esculpir por infl uência de Cássio M’boy, Victor Brecheret e Bruno Giorgi e é considerado o maior escultor em terracota do Brasil. Com um imenso amor por Embu e pelo Brasil desenvolveu sua arte, com uma criatividade e originalidade digna dos maiores elogios e foi merecidamente premiado inúmeras vezes pelo seu trabalho.

1954 – recebe a Medalha de prata / Salão de Artes Plásticas Seibi em São Paulo. 1957 – Pequena medalha de prata no Salão Paulista de Arte Moderna. 1958 – Medalha de Ouro no Salão Da Colônia Japonesa – São Paulo. 1960 – 1° Prêmio Governo do Estado no Salão Paulista de Arte Moderna. 1963 – Participa do Júri de Seleção e Premiação do Salão de Arte da Colônia Japonesa, Seibi, São Paulo. 1967 – No 60° aniversário de imigração da Colônia Japonesa ao Brasil Participa do solenidade de homenagem ao

imperador e imperatriz Japoneses. 1967 – Recebe o título de cidadão Embuense. Em 1972, naturaliza-se Brasileiro. 1973 – Ergue o Cruzeiro de Embu, onde hoje está localizado – um Memorial em sua homenagem e a capela de Santa Cruz, um sonho que não conseguiu realizar. 1975 – Torna-se membro colaborador da Associação Bra
sileira de Folclore. 1977 Recebe a Grande Medalha de Prata pelo Conselho Estadual de cultura. 1978 – Realiza a primeira mostra do Grupo Sakai na Galeria Portinari / São Paulo. 1978 – Recebe a Medalha Brigadeiro José Vieira Couto de Magalhães e Medalha de Honra ao Mérito da Prefeitura de Embu. 1978 – Recebe a Placa de Pra
ta do Rotary Club de Embu, por seus 50 anos de dedicação à cidade. 1979 – Recebe a Pequena Medalha de Ouro no Salão Paulista de Belas Artes. 1981 – No dia 02 de Maio falece, Tadakio Sakai, o Sakai do Embu, uma grande perda para a cidade e o nosso país. Além de desenvolver seu trabalho artístico, Sakai dividia seu conhecimento com inúmero alunos, que também se destacaram no cenário artístico entre eles Tonia do Embu, que ministra aulas de escultura em terracota e leva adiante as ideias de Mestre Sakai.

“ Eu vim de longe para encontrar minha casa (Embu), Vim do sol nascente para o sol caboclo Minha terra era pequena e eu também, Procurei um chão maior para ser maior, Encontrei Cassio M’ Boy e o Solano Trindade, Formamos um triângulo de arte e amor, E assim nasceu o meu grupo que hoje é do povo “. No memorial SAKAI, são ministradas as aulas em terracota, estão expostas obras do Mestre Sakai, Tonia do Embu e de, alunos da própria escola.

 

“Os nipopioneiros” de Itapecerica da Serra

 

A partir de 1915, Itapecerica da Serra começou a receber as famílias japonesas, que também exerceu grande infl uência na formação do município, que como uma típica cidade brasileira conta com a pluralidade cultural.

Naquela época, as três cidades – M’Boy Mirim, Embu-Guaçu e Taboão da Serra, eram vilarejos pertencentes ao município de Itapecerica.
A região do Embu era adequada para o plantio de batatas, por ser uma terra virgem coberta por um solo fértil (terra roxa), seguindo o exemplo dos índios, os japoneses também utilizavam sistema de plantio primitivo por meio de queimadas, para o plantio de batatas.
A maioria dos pioneiros japoneses era de Boonotsu, da Província de Kagoshima.
Em 1929, Shigue Hayashi, recém-casado, arrenda um terreno em Itapecerica no bairro Potuvera e inicia o plantio de batata. Como o terreno localizava-se próximo ao atual Posto Batalha, fora da Colônia de Embu – mirim, Shigue Hayashi é considerado o primeiro imigrante japonês de Itapecerica da Serra. Com a primeira safra de batatas,
no ano seguinte, adquiri alqueires de terra nos arredores e constrói sua casa. Sendo assim, também é um dos primeiros no sentido de ser proprietário de suas próprias terras, a fi m de aqui se estabelecer. Na década de trinta, pode-se dizer que quase todos os agricultores japoneses que se estabeleceram em Itapecerica, independente da sua província tiveram o apoio de Hayashi. Como a região pertencia a uma zona rural de densa mata virgem, a vida dos agricultores era muito difícil, devido à falta de infraestrutura. Além disso, a escola primaria de Itapecerica mais próxima fi cava muito longe. Era um problema que os pais não podiam ignorar. Angustiados com a educação de seus fi lhos, pensaram seriamente na possibilidade de construir uma escola japonesa.
Após muitas negociações com diversos grupos, foi construída a escola japonesa, graça aos esforços de colaboradores.
Antes da guerra, as matérias ministradas, excluindo os trabalhos manuais, eram as mesmas do Japão, inclusive educação moral. Entre as muitas difi culdades enfrentadas pelos fi lhos dos japoneses, uma delas era que a maioria dos alunos da época iam descalços para a escola, os pais não podiam comprar sapatos novos, entretanto as crianças, achavam tudo natural.

Hoje, percebemos que houve “Os nipo pioneiros” de Itapecerica da Serra um progresso do pé descalço para o sapato de pano, e mais tarde para o de couro.
Na área de lazer os colonos japoneses apreciavam o cinema mudo, primeiro utilizavam o cinema municipal que já possuía a energia elétrica desde 1929 e em 1939 a atividade é transferida para a escola e a energia elétrica era gerada por um motor de caminhão de pequeno porte.
Uma outra diversão popular, era o Enguikai (representações teatrais).
Com a segunda guerra mundial as situações dos japoneses se transformam. Em dezembro de 1938, todas as escolas estrangeiras, inclusive as japonesas, são fechadas; os jornais japoneses são tirados de circulação até outubro do ano seguinte. O nacionalismo de Getúlio Vargas estabelece uma série de proibições, entre elas falar japonês, fazer reuniões entre japoneses e os transgressores eram imediatamente encaminhados a polícia, a escola de Itapecerica não fi ca fora das proibições impostas às escolas de língua japonesa.
A guerra termina em agosto de agosto de 1945, mas a retomada das atividades das escolas japonesas não é admitida legalmente. A proibição do uso da língua estrangeira, pelos imigrantes dos países do eixo, é liberada somente com a reforma constitucional em 18 de setembro de 1946, entretanto a força de vontade dos colonos os ajuda a manter suas tradições tão valorizadas.
Algumas das primeiras famílias em nossa cidade foram:
• Hayashi • Torihara • Simoama • Tanigawa
• Hamada • Oda • Onoue • Shimizu • Nakayama • Fusumo • Uekubo • Matsushita • Kamimura • Yoneyama

Angustiados com a educação dos seus filhos, em 1935, começaram a construção do primeiro colégio japonês em Itapecerica, onde eram ministradas as mesmas matérias de seu país de origem. Em 25 de dezembro de 1938 começaram as repressões em virtude da “2º Guerra Mundial”, restrições como:
• Falar na língua de seu país de origem. • Funcionamentos das escolas estrangeiras. • Possuir livros japoneses. • Circulação dos jornais japoneses.
Apenas em 1946, um ano após o fi m da guerra, foi liberado o uso da língua estrangeira.

 

Pequena história do Judô de Itapecerica

O Judô Itapecerica da Serra foi fundado oficialmente em 25 de novembro de 1958 no União Futebol Clube pelos Sensei Juichiro Tanigawa e Sensei Mabio Smaniotto, mas antes disso tivemos em Itapecerica da Serra grandes nomes do Judô, que passaram pela cidade para aperfeiçoarem suas técnicas e fazerem seus treinamentos sempre com os melhores e dedicados Senseis, citamos alguns, primeiramente o grande Sensei Hikari Kurati, que ministrava aulas no Colégio Japonês e hoje tem aquela rua com seu nome em homenagem aos feitos que deixou na cidade; Sensei Haru Nishimura, Sensei Massao Shinohara que hoje no cenário nacional é o grande e verdadeiro Judoca, exemplo para todos os seguidores do Judô. Sensei Kodansha faixa Vermelha 9º Dan, além é claro dos atletas e heróis anônimos que já elevaram o nome da cidade nos quatro cantos de São Paulo e do Brasil, Senseis: Kionori Tanigawa, Minoru Takada, Pedro Hirose, Jorge Isao Takada, Pedro Saito Pequena história do Judô de Itapecerica Minato, Ribas Busnello, Jose Roberto Godoi, Lobinho, Sgt Inacio, Sergio Harumi Tanigawa, Massaro Ishimine, Luiz Eduardo Tomilhero, Marcelino Massaki Ishimine, Rodrigo de Assis Takada, Sergio Gomes da Silva, Luciano Soares de Jesus Casacchi, Flavio Matheus de Moraes, Marco Antônio de Oliveira, Usiel de Matos Pereira, Sidnei Orlando de Oliveira, Caio Octavio Riscala, Juliano Godoi, Inti Regis Lagos Vergara, Wellingenton Ramos de Oliveira, Alessandro dos Santos Silva, Alexandre Diego de Nóbrega Mendonça, Gerson Pereira dos Santos, Marcos Gedeon Rocha Medrado, Kelly Cristina Miranda, Odair Bueno do Prado, Alberto Rodrigues Junior, Marcelo Antônio Correira Silva, Igor Rodrigues Votisch, Claudio Silvestre Rodrigues Junior, Crowell Max Silvestre. E nossas homenagens aos que nos bastidores do Judô, ajudaram muito as crianças em eventos e competições em que a cidade era representada. Claudinho Silvestre, Bolão, Dona Eliza, Dona Beth, em nome deles estendemos as homenagens a todos que ajudaram o Judô de Itapecerica da Serra, direta e ou indiretamente, aos amigos e patrocinadores, que sempre acreditaram no Judô itapecericano.

 

UNDO-KAI uma verdadeira Festa da comunidade japonesa

O Undo-Kai, uma tradicional gincana esportiva, trazida do Japão reuni periodicamente membros das comunidades Japonesas de Taboão da Serra, Embu das Artes, Embu-Guaçu, Itapecerica, Juquitiba e São Lourenço da Serra. Na oportunidade milhares de pessoas prestigiam o Undo-Kai. Quem prestigia o evento pode conferir de perto as características que tornam a comunidade japonesa uma das mais fortes e representativas da região. Os participantes da gincana dão uma verdadeira lição de união, companheirismo, respeito, determinação e trabalho em equipe. Um dos aspectos marcantes do Undo-Kai é a participação de pessoas das mais diversas idades nas atividades esportivas. Além disso, os idosos participam da gincana em nível de igualdade, em parceria com os mais jovens, demonstrando um entrosamento difícil de se encontrar nos dias atuais.

Origem

Com a vinda dos imigrantes japoneses ao Brasil em 1908, instaurou-se a festa undokai, uma comemoração que a princípio celebrava o aniversário do imperador. Todavia, a confraternização comunitária tinha como pressuposto a integração da comunidade e perpetuação dos valores simbólicos nipônicos. Ao comemorar anualmente esta festividade em diferentes regiões
e municípios dentro da sociedade brasileira, acaba por edifi car uma identidade étnica-cultural em torno do conceito de niponicidade, que cria a suposta idéia de origem, trajetória e destino aos sujeitos que compartilham destas produções festivas, bem como, demarca o limite de fronteira identitária diante de outros grupos sociais. Com a chegada do vapor Kasato Maru ao porto de Santos em 1908, a comunidade japonesa se fez partícipe efetivamente no construto social de Brasil. Antes mesmo de desembarcar em terra fi rme, algumas atividades recreativas eram realizadas pelos imigrantes a bordo do navio. A partir da fi xação dos japoneses nas fazendas do interior paulista, a realização da gincana undokai1 tornou-se um referencial comemorativo para sociabilizar/integrar nipônicos e os descendentes nikkeis, bem como na identifi cação identitária dos membros com a festa. Embora haja momentos lúdicos de confraternização, perpetua-se sobretudo uma “tradição” étnico-cultural em torno da imagem de “niponicidade”. Essa continuidade festiva ao longo do tempo pressupõe em uma “tradição inventada”, segundo Hobsbawm (1997/1999).

 

Kinkaku-ji de Itapecerica da Serra

O Kinkaku-ji de Itapecerica da Serra é uma réplica do templo Kinkaku-ji japonês de mesmo nome construído no século XIV e assim como seu modelo, o Kinkaku-ji é entornado por um lago povoado por carpas coloridas (nishikigois). Diferentemente do seu modelo japonês, o Kinkaku-ji de Itapecerica da Serra é um templo ecumênico e um cinerário, ao passo que o Kinkaku-ji japonês é um templo de orientação zen-budista. Em seu interior, além de vários columbários, há salas onde se realizam cerimônias ecumênicas como missas, batismos e casamentos. Com uma certa frequência, realizam-se cerimônias fúnebres pós-crema
ção seguindo o rito japonês e o costume de preservar as cinzas dos seus ancestrais. O Kinkaku-ji de Itapecerica da Serra encontra-se ao pé de um terreno escarpado, mas o caminho turístico que leva até
ele é íngreme e em degraus, com alguns assentos para descanso em pontos estratégicos. Um jardim japonês à entrada do parque com suas cerejeiras e um lago com peixes ornamentais são uma atração
à parte. O Kinkaku-ji de Itapecerica da Serra (tanto o seu entorno como o interior do templo é integralmente aberto à visitação pública e ao turismo, fazendo parte do Parque Turístico Nacional.

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