Veja a trajetória de Ney Santos, padrinho político do B.I.H, seus vereadores em Taboão da Serra

Nessa breve retrospectiva, conheça um pouco da trajetória de Ney Santos, pre­feito de Embu das Artes, que desde o inicio de 2018 é o pa­drinho politico do BIH (Bloco Independente e Harmônico), composto pelos vereadores Alex Bodinho, André Egydio, Carlinhos do Leme, Eduardo Nobrega, Érica Franquini e o presidente da Câmara Marcos Paulo.

Graças á manutenção de um habeas corpus concedido pelo STF, um homem que o MP tem certeza ser integrante do PCC poderá voltar a assumiu em fevereiro de 2017, a pre­feitura de Embu das Artes, ci­dade de 240 mil habitantes. A trajetória de Claudinei Alves do Santos, o Ney Santos (ou Ney Gordo no submundo do crime), é um caso que pertur­ba as instituições brasileiras. Em pouquíssimo tempo, ele saiu da cadeia para se tornar empresário do ramo dos com­bustíveis e iniciar carreira de sucesso na política. Segundo o MP, paralelamente à vida política, Ney Santos seria o comandante do tráfico de dro­gas da zona oeste da grande São Paulo. Há uma infinida­de de provas e quase todos os moradores de Embu conhe­cem a suposta vida criminosa do prefeito.

 

Primeiros passos

 

Em 1999, aos 19 anos, Ney Santos foi condenado por re­ceptação e formação de qua­drilha. Quatro anos depois, foi novamente condenado, dessa vez pelo crime de assaltar um carro-forte portando uma me­tralhadora 9mm. Ficou dois anos preso, mas foi absolvido em segunda instância. Saiu da cadeia para se tornar, de forma instantânea, um empre­sário de sucesso do ramo dos combustíveis. Para o MP, a partir da passagem pelo pre­sídio, Ney Santos “constituiu fortuna de forma relâmpago, enveredando-se para a área política e candidatando-se para cargos públicos”. Os promotores não têm dúvidas de que os postos de gasolina são para lavar o dinheiro pro­veniente de crimes, principal­mente do tráfico de drogas. Desde a saída da prisão, Ney Santos teria acumulado um patrimônio incompatível com sua renda: mais de R$ 100 mi­lhões em apenas 4 anos.

 

Caminhos políticos

 

Em 2010, iniciou carreira na política ao se candidatar a de­putado federal pelo PSC. Co­ligado com o PSDB. Poucas semanas antes da votação, foi preso novamente por lavagem de dinheiro, estelionato, adul­teração de combustível, so­negação fiscal e formação de quadrilha. A investigação co­meçou a partir de uma denún­cia que acusava o candidato de trocar combustível por votos. Os 15 postos de gaso­lina dos quais é sócio também eram suspeitos de fornecer atestados falsos de emprego para presos em regime semia­berto que precisavam com­provar vínculo empregatício. Seus bens foram bloqueados e, em sua mansão, a polícia apreendeu máquinas de con­tar dinheiro e uma Ferrari avaliada em R$ 1,5 milhão. Quarenta tijolos de maconha, totalizando 34 kg, também foram encontrados em um dos carros da campanha do candidato. Mesmo com tudo isso, Ney Santos foi solto para responder em liberdade, mas perderia a eleição dias depois.

 

Ney vereador

 

Em 2012, foi eleito vereador de Embu e mostrou força po­lítica se tornando presidente da Câmara. Naquela época, Ney Santos já demonstrava ter uma boa rede de contatos dentro dos partidos políticos. A afinidade com Marco Feli­ciano, por exemplo, não era apenas religiosa. O deputado é um importante aliado polí­tico de Ney Santos e, segun­do o pastor, o seu “gabinete é um pedaço de Embu em Bra­sília”. Feliciano chegou até ser agraciado como cidadão embuense por indicação de Ney Santos, que costumava aparecer em vídeos de cultos neopentecostais.

Em 2013, o vereador nova­mente respondeu por com­pra de votos e chegou a ter o mandato cassado por decisão unânime no TRE-SP. Ele uti­lizava uma ONG para ofere­cer serviços de atendimento médico, odontológico e esté­tico à população em troca de votos. Ficou afastado por 5 meses, mas recuperou o man­dato através de liminar. Nada disso abalou Ney San­tos, que continuou buscando alçar mais voos na política.

 

Ney prefeito

 

Em 2016, teve a candidatura à prefeitura de Embu impugna­da pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa. Mas uma nova liminar permi­tiu que Ney Santos se candi­datasse e fosse eleito prefeito pelo PRB. Sua eleição teve apoio maciço da população, tendo impressionantes 79% dos votos. Dos 15 vereado­res eleitos, 12 são da sua base aliada do prefeito eleito. Uma força política para ninguém botar defeito.

Sua posse como prefeito foi barrada pela Justiça ao decre­tar novamente sua prisão por lavagem de dinheiro e asso­ciação ao tráfico de drogas. Ele, então, sumiu da cidade e ficou foragido por 40 dias. Mas, graças a uma liminar ob­tida no STF com Marco Auré­lio Mello, o pedido de prisão foi suspenso, e Ney Santos pôde assumir a prefeitura nor­malmente.

Durante a gestão, o prefeito nomeou Renato Oliveira, ex­-integrante do MBL, para ser seu subsecretário de Comuni­cação. Temendo ser condena­do às vésperas do julgamento do seu habeas corpus no STF, Ney Santos pediu licença do cargo teria fugido para o Pa­raguai em avião clandestino. Com os votos de Alexandre de Moraes e de Marco Aurélio Mello, que já o tinha livrado no ano anterior, Ney Santos assumiu novamente a prefei­tura.

Nesses dois anos como pre­feito de Embu das Artes, Ney Santos ganhou apelido de “Ney Taxa” pelo aumento abusivo do IPTU e pela im­plementação da cobrança da taxa de lixo na cidade. Apesar das diversas denuncias contra a Saúde Municipal, o prefeito reduziu o orçamento da pasta em R$ 16 milhões.

Esse é o cartão de visita do homem que elegeu o presi­dente da Câmara Marcos Pau­lo e pretende eleger Eduardo Nóbrega como prefeito de Ta­boão da Serra.

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